quarta-feira, outubro 21, 2009

 

Criar....


segunda-feira, outubro 19, 2009

 

Criatividade - Conhecimento ou simplicidade?

“Dentro da pedra já existe uma obra de arte. Eu apenas tiro o excesso de mármore!”
Michelangelo


A humanidade está precisando de criatividade para encontrar novas soluções para velhos problemas e novos que virão!

Todos nós potencialmente somos criativos. Nascemos criativos. É uma capacidade inata e necessária ao desenvolvimento humano.
As empresas precisam de pessoas criativas para encontrar novas soluções para problemas antigos e novos desafios; criar novos produtos, inovar, fazer melhor que o concorrente, encontrar novos caminhos entre planos e resultados, atrair o Cliente, adivinhar o que o Cliente quer, aumentar sua participação no mercado ou fazer algo que nenhuma empresa pensou em fazer antes.
Por mais paradoxal que possa parecer, criatividade está relacionada com simplicidade. Nada ou pouco tem a ver com conhecimento e inteligência, aquela do Q.I.; mas tem a ver com sabedoria que nos remete à simplicidade . No entanto, nos tornamos tão complexo que não conseguimos mais ser simples. Nos preocupamos tanto com a tecnologia e com a modernidade que estamos atrofiando nossa capacidade de criar que é inata. Nos afastamos de nós e delegamos a um plano inferior o mais importante dos conhecimentos; o autoconhecimento. Deixamos de ser o que éramos quando criança; bons filósofos!
O que é ser um bom filósofo?
É nos permitirmos observar as coisas; observá-las tais quais elas são sem preconceitos e pré-julgamentos, sem paradigmas, como as crianças observam o mundo à sua volta.



"Ninguem garante que algo inovador será bom".

Um caso real de criatividade que ocorreu nos EUA há algum tempo atrás.

O imigrante Italiano.

Cerca de dez anos atrás, um jovem imigrante Italiano decidiu morar por algum tempo na Califórnia. Sua primeira grande barreira foi a língua; tinha muita dificuldade em aprender o Inglês.
Após algumas tentativas, conseguiu um emprego numa loja de calçados, com seu Inglês macarrônico. Sua capacidade de comunicação era bem restrita, quase não tinha oportunidade de conversar com seus colegas, muito menos com os Clientes, que na sua maioria eram mulheres.
Depois de um certo tempo trabalhando, observou que os problemas dos Clientes eram quase sempre os mesmos: quando o Cliente gostava do modelo, não tinha o seu tamanho; quando tinha o tamanho, não tinha na cor que o Cliente escolheu ou, o salto, a sola não eram exatamente iguais ao modelo escolhido; às vezes, o modelo, a cor, o tamanho, o salto e a sola eram exatamente como o Cliente escolheu, mas o material empregado era diferente. Quase sempre era assim. Quando uma Cliente chegava à loja decidida a comprar um sapato, dez ou mais caixas de sapatos eram baixadas das prateleiras de estoques e não raro, saíam sem comprar um único par de sapatos sequer.
Intrigado com aquela mesmice de incompatibilidade, resolveu voltar para a Itália. Lá chegando, decididiu visitar os principais fabricantes de sapatos. Descobriu que a maioria deles fabricava seus sapatos em peças, como na indústria automobilística. De posse de algumas amostras dessas peças, descobriu que estas eram intercambiáveis: o salto do fabricante A servia no sapato de B e assim por diante. Foi correndo para casa, ligou para um amigo seu que entendia de computação e pediu para que este desenvolvesse um programa com os desenhos de todas as peças e todas as combinações possíveis, intercambiando peças de diferentes fabricantes de sapatos com de outros.
Voltou para a Califórnia com o programa de computador na bagagem. Lá chegando, tudo que fez foi montar uma tenda numa rua na orla marítima e uma faixa com os dizeres: “Sapatos personalizados. Monte aqui o seu próprio sapato por $ 25,00 e receba em 20 dias na sua casa.” No programa de computador, dentro das combinações possíveis, cada Cliente escolhia o modelo, o salto, a cor, a sola, o material e recebia em vinte dias, um par de sapatos único e personalizado! Em seguida, o imigrante fazia as encomendas de peças junto aos fabricantes italianos, recebia e montava no fundo de uma garagem e entregava no endereço do Cliente. Cada sapato escolhido ficava armazenado no programa de computador com todos os dados do Cliente, caso este fizesse uma nova encomenda do mesmo sapato.
Não demorou mais do que um ano para que o imigrante montasse dez tendas iguais, espalhadas por vários pontos da Califórnia.
O que fez o imigrante Italiano abrir um negócio a "partir do nada"?
Ele não falava a língua do Mercado, não fez Administração, muito menos MBA. Não tinha manuais de procedimentos e nunca fez treinamento para Atendimento ao Cliente. Tudo o que ele fez foi observar o que todos já conheciam e transformar suas observações numa solução para o Cliente, de uma forma bem simples, sem conhecimentos adicionais. A tecnologia, ferramenta para seu trabalho e que ele não tinha nenhum domínio, obteve de terceiros.


Parece que todos nós, uns mais outros menos nascemos criativos pela própria condição natural da criança de observar o mundo ao seu redor para aprender. À medida que vamos crescendo, adquirindo novos conhecimentos, relacionando-se com mais e mais pessoas, parece que nossa capacidade de criar vai se atrofiando para dar lugar ao conhecimento. Mas a criatividade está latente dentro de cada um de nós.
A criatividade é de um certo modo um estado de espírito que precisa encontrar um ambiente propício para aflorar. Assim como malhamos na academia para manter a forma física, precisamos “malhar” nosso “corpo astral” para manter a nossa forma anímica; palco da nossa criatividade inata. Para malhar nosso “corpo astral”, nada melhor do que praticar artes: pintar aquarela, desenhar, cantar, tocar, dançar, esculpir, modelar, fazer tricot, ou qualquer outra arte, até mesmo cantar no banheiro.
A prática de qualquer arte com o intuito de despertar nossa criatividade não poderá ter como fim a busca do belo ou de resultados, mas deixar fluir de forma lúdica e natural; a jornada é sempre mais importante que o destino.
É preciso olhar o mundo, as coisas e as pessoas como de fato elas são, não como achamos que são segundo o poema de Fernado Pessoa.



Ricardo Foster
skipperfoster@gmail.com

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